A diferença entre os estágios um e dois
Se você experimentou os primeiros dois estágios da prática de meditação Consciência da respiração, certamente terá notado que eles dão a impressão de ser bem diferentes um do outro. Muitas pessoas têm essa opinião.
Você pode ter apreciado mais um estágio do que o outro (embora haja divergências de opinião entre as pessoas quanto ao estágio mais agradável).
Talvez você tenha gostado mais de um estágio que de outro; além disso, pode ter sentido que não gostou de um dos estágios (com maior freqüência é o segundo estágio, por motivos que abordaremos).
Mas o interessante é que ambos os estágios são estruturalmente idênticos. Como pode ser isso? No primeiro estágio, você conta após a expiração, ao passo que no segundo estágio contamos antes da inspiração. Parece óbvio que são diferentes! Deixe-me explicar.
A estrutura do primeiro estágio
O primeiro estágio é assim:
dentro – fora – 1 – dentro- fora – 2 – dentro – fora – 3 – dentro – fora – 4 – dentro – fora – 5 etc.
A estrutura do segundo estágio
Ao passo que o segundo estágio é assim:
1 – dentro – fora – 2 – dentro – fora – 3 – dentro- fora – 4 – dentro – fora – 5 etc.
Os dois primeiros estágios comparados
Agora, se você alinhar ambos os estágios, vai ficar assim:
1 – dentro – fora – 2 – dentro – fora – 3 – dentro – fora – 4 – dentro – fora – 5 etc.
1 – dentro – fora – 2 – dentro – fora – 3 – dentro – fora – 4 – dentro – fora – 5 etc.
Se o seu navegador não os misturou indiscriminadamente, você verá que são exatamente a mesma coisa.
Então, por que parecem diferentes?
Porque os estágios parecem diferentes
O motivo é que dependendo de onde você coloca os números (ou mais precisamente, onde você pensa que está colocando os números) muda a parte da respiração da qual você toma mais consciência. No primeiro estágio, pelo fato de você estar contando depois da expiração a sua mente relaciona a contagem com a expiração.
Tente inspirar profundamente e soltar o ar. Vamos, ninguém está olhando. Como é isso? Parece que estamos:
- soltando
- relaxando
- descendo
- acalmando
Dar uma profunda expiração(isso é conhecido, pelos respiradores profissionais, como “suspiro”) é o que fazemos quando soltamos a tensão; você sabe, aquele momento que você faz um “ufa” quando, ao acordar, você percebe que não precisa voltar para a escola para fazer o exame com o qual acabou de sonhar.
Agora no segundo estágio, você está contando antes da inspiração e, portanto a sua mente associa o número mais intimamente com o ato de inspirar. Então como é inspirar? Experimente. Inale profundamente (lembre-se de exalar em algum ponto). Parece que estamos:
- expandindo
- abrindo
- subindo
- energizando
Relaxando antes de energizar
Inspirar profundamente é o que fazemos naturalmente quando despertamos no primeiro dia de férias, saímos para a sacada de nosso hotel de luxo, que dá para o oceano, e sentimos como é bom viver (o oposto de estar no escritório).
Assim, enquanto o primeiro estágio é um estágio de soltar, o segundo estágio é um estágio de energizar. O primeiro estágio é a coisa perfeita a fazer quando começamos a prática da meditação: nós soltamos (esperamos que sim) toda a tensão em nossos corpos e (esperamos mais ainda que sim) todos os pensamentos caóticos que se agitam em nossas cabeças.
Depois disso, o estágio seguinte (o segundo estágio) é quando tentamos energizar a mente e o corpo relaxados. Ao encorajar o corpo a se abrir, e ao sentir a energia que vem com a inspiração, ajudamos a estabelecer as condições para ficarmos conscientes. Manter a atenção requer um corpo ereto e alerta, e um peito aberto (ver as Orientações de Postura para maiores detalhes). É exatamente isso o que acontece no segundo estágio.