Meditação do Amor Incondicional (Metta Bhavana)

Cultivando as emoções

Algumas pessoas podem se surpreender e considerar estranha a idéia de cultivar emoções na meditação. Afinal de contas, as emoções não “acontecem simplesmente?” Elas parecem brotar dentro de nós espontaneamente e, assim como a mudança de tempo, elas vão e vêm. Grande parte da linguagem que usamos para falar sobre emoções sugere uma falta de controle. Por exemplo, estamos “loucos” de amor ou estamos “possuídos” pela raiva, ou nos sentimos “deprimidos” (quem está fazendo a depressão?) ou nos sentimos “sobrecarregados” pelo estresse.

De um ponto de vista budista, as emoções não “acontecem simplesmente”. As emoções são hábitos e são ativamente criadas. Elas parecem ter vida própria, mas na verdade é porque não temos a consciência exata do modo como as criamos. Se pudermos trazer mais atenção a nossa vida emocional, poderemos cultivar as emoções que queremos sentir (aquelas que tornam a nós mesmos e os outros felizes), e desencorajar o surgimento das emoções não desejadas (aquelas que nos tornam infelizes e geram conflitos com os outros).

Nós cultivamos emoções o tempo todo. Um exemplo de como geramos emoções, de maneira inconsciente, é o seguinte: imagine que você está com um grupo de pessoas e vocês começam a falar sobre tudo o que está errado com o mundo: o ódio, a guerra, a intolerância, o abuso infantil, a poluição, etc. À medida que a conversa prossegue e que nos envolvemos mais e mais, o que acontece? Possivelmente vamos sentir raiva, ou depressão, ou nos consideraremos os donos da verdade. Ao nos concentrarmos em fatores que causam raiva ou depressão (sem usar o pensamento criativo para buscar soluções possíveis para os problemas), cultivamos essas emoções.

E se você se concentrasse em tudo o que encoraja um senso de amor e bem-estar? É disso que trata a prática de Metta Bhavana.